Júri de Acusado de Matar Tesoureiro do PT Suspenso após Defesa Abandonar Plenário

Júri Popular de Ex-Policial Penal é Suspenso e Remarcado para Maio

O júri popular do ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de homicídio duplamente qualificado pela morte de Marcelo Arruda, guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, foi suspenso pelo juiz Hugo Michelini apenas 50 minutos após o início, sendo remarcado para o dia 2 de maio.

O julgamento teve início às 9h desta quinta-feira (4), porém, foi abruptamente interrompido às 9h50 quando a defesa de Guaranho, após ter seus pedidos rejeitados pelo juiz, optou por abandonar o plenário.

As razões para a suspensão envolvem uma série de questões levantadas pela defesa, incluindo a não localização de uma testemunha crucial, a anexação de documentos ao processo pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em prazo considerado insuficiente, bem como a chegada de Guaranho a Foz do Iguaçu menos de 24 horas antes do início do julgamento.

Além disso, houve discordância sobre a inclusão nos autos de documentos pertencentes a outra ação penal na qual Guaranho é vítima, decorrente das agressões sofridas após o tiroteio que resultou na morte de Arruda. A defesa também expressou preocupação com a inclusão de um vídeo no qual Guaranho foi interrogado sem a presença de seus advogados.

O juiz Hugo Michelini considerou que os eventos subsequentes às agressões não interfeririam no julgamento do homicídio de Marcelo Arruda e negou os pedidos da defesa. Após a decisão do juiz, a defesa abandonou o plenário, resultando na suspensão do júri e no agendamento de uma nova data.

Quanto à possibilidade de multa decorrente do abandono da sessão, mudanças recentes na legislação transferiram a responsabilidade pela avaliação desses casos para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ainda que o tribunal não tenha concluído suas diretrizes sobre o assunto.

As defesas expressaram opiniões divergentes sobre o ocorrido. O advogado de defesa da vítima, Daniel Godoy, criticou a decisão de abandonar o plenário, enquanto o advogado de defesa do réu, Samir Mattar Assad, apontou a falta de tempo hábil para analisar os documentos anexados ao processo como um dos problemas enfrentados pela defesa.

O julgamento, que ocorre mais de um ano e oito meses após o crime, continuará a ser aguardado para o dia 2 de maio, quando o destino do réu será novamente deliberado.

 

 

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